sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lácrimas


Me abraçe.
Abra seu sorriso.
Me engula dentro dele.
Dele, dentro dele, dele, mais uma vez nele.
Até que eu possa esquecer de tudo.
Me abraçe, me beije e me salve.
Tigres selvagens que eu conheci
Distanciam-se de mim, cada vez mais
Ruptura, do elo entre a vontade
 .
e o querer
Te quero mas me engano
Desespero
Caio no chão em lamentações
Lamentações...
Medos
Solidões
dões
.
Quero vomitar
Defecar e extrair tudo dentro de mim
Palavras já não são nada
Sons, imagens, e movimentos
Já não são nada
Quero desaparecer,
E tornar tudo um grande nada
Um grande
Sozinho
nada
n
a
d
a

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Quarta feira gorda


Sim, mais uma tentativa egocêntrica de leveza. Me contorço na penumbra, grito, choro, exclamo. Quero você, quero ele, quero todos. Deito no chão e levanto meu dorso de forma histérica. Grito por um nome que não existe. Clamo por atenção e amor. Estou soluçando entre gritos e desesperos.
As energias esgotam, paro, morro, olho para o horizonte e não vejo nada. Estico meus dedos, procuro por algo em que possa tocar, não acho, choro.
Grito, danço na escuridão como se fizesse parte dela, olho no espelho e vejo deformações. Aonde me começo e quando me termino? Quero você, quero ele, quero amar e quero amado.
Não me odeie, não me destrua, não me mate. Aonde estão nossas nuvens? Preciso de você, dele, de todos, de amor, de mim.
O que resta. Entranhas, tripas, danças frenéticas e histeria. Estou perdendo minhas peças do quebra-cabeça. Quebre a minha cabeça antes que eu o faça. Egocentrismo, egoísmo, estupidez, estranhamento.
Grito por socorro, só vejo o espelho, não vejo paz.
Quero você, preciso de você, quero seu abraço, quero suas palavras. Preciso de um novo elemento. Não me completo. Não me basto.